quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Analistas russos concluem que Arafat não foi envenenado com polônio

Moscou, 15 out .- Analistas russos concluíram que o histórico líder palestino Yasser Arafat não foi envenenado com polônio, embora a Chancelaria da Rússia tenha declarado nesta terça-feira que a Autoridade Palestina é quem deve tornar público o resultado da investigação legista.
"Nosso trabalho já terminou. Entregamos todos os resultados da análise ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Nós não podemos torná-los públicos", assegurou à Agência Efe um porta-voz da Agência Federal Médico Biológica (AFMB) da Rússia.
Pouco antes, o chefe da AFMG, Vladimir Uiba, assegurou que Arafat não pôde ter sido envenenado com polônio - uma substância radioativa altamente tóxica -, uma afirmação que contraria a possibilidade levantada por um grupo de cientistas suíços.
"Ele não pôde ter sido envenenado com polônio. A investigação realizada pelos analistas russos não encontrou rastros dessa substância", assegurou Uiba à agência "Interfax".
De acordo com o chefe da AFMG, os analistas russos efetuaram uma análise detalhada dos restos exumados do líder palestino que morreu ainda em 2004.
Segundo a última edição
da revista médica britânica "The Lancet", uma investigação de um grupo de cientistas suíços admite a possibilidade de Arafat ter sido envenenado com polônio-210 radioativo.
Os analistas do Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário de Lausanne, os mesmos que já haviam constatado a presença de polônio-210, disseram ter achado uma "inexplicável" concentração dessa substância nos pertences do histórico líder palestino.
"Estes achados apoiam a possibilidade de que Arafat teria sido envenenado com polônio", afirmou o estudo redigido pelo grupo de investigadores liderado por François Bochud, cientista do centro suíço.
O polônio-210 é uma substância altamente radioativa e que já foi utilizada em 2006 para assassinar o antigo espião russo transformado em opositor ao Kremlin, Alexander Litvinenko.
Arafat, fundador da Organização para a Libertação da Palestina e vencedor do prêmio Nobel em 1994, faleceu em um hospital militar próximo a Paris no dia 11 de novembro de 2004, após várias semanas de agonia em Ramala, onde ficou por quase três anos cercado por Israel.

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